Vladimir Putin esgotou o mandato ao fim de oito anos, em 2008. Chegara o tempo de eleger um sucessor que lhe assegurasse continuidade política. Vários nomes demonstraram-se disponíveis para concorrerem à presidência, mas o primeiro-ministro, Dmitry Medvedev, havia de a conquistar.
Putin distribuiu os cargos executivos da máquina pública pelos seus preciosos siloviki: políticos, burocratas e empresários provenientes dos serviços de segurança e das autoridades militares. Alguns deles perpetuam-se no poder, como é o caso de Sergei Shoigu.
Os siloviki instalaram-se no aparelho público e na administração das empresas estratégicas para o Estado antes das eleições. “Todas as decisões são tomadas por Putin, mas Putin não é uma única identidade. É uma enorme mente coletiva. Todos os dias, dezenas de pessoas, talvez até centenas, tentam predizer quais serão as decisões que Vladimir Putin deve tomar. O próprio pensa bastante nas decisões que deve tomar para que continue popular – para que seja entendido e aprovado pela vasta entidade que é o coletivo Vladimir Putin”, escreve Mikhail Zygar em “Todos os Homens do Kremlin”.