Em outubro de 1952, Putin nascia nos escombros de Leninegrado, oito anos após o cerco militar de 900 dias que a Wehrmacht susteve até ao penúltimo ano da II Guerra Mundial.
Filho de operários, licenciou-se em Direito e serviu de elo entre os generais em Moscovo e os espiões destacados na cortina de ferro, segundo documentos obtidos pelo Expresso no arquivo público da STASI – estrutura da KGB na República Democrática Alemã.
Major em Dresden, cidade no leste da Alemanha, coordenou a KGB na Europa. O muro ruiu em Berlim, em 1989, e os arquivos da polícia secreta foram eliminados, mas o avanço da inteligência ocidental recuperou alguns detalhes. Muitos remanescem ocultos.
Reuniões entre Putin e três informadores checos em bares insuspeitos revelam pistas de esquemas conjuntos. Putin recrutou informadores em toda a Europa. Os generais exigiam-lhe esclarecimentos sobre as operações em curso ou soluções para os “problemas de comunicações telefónicas”.
“Luch” era o nome da operação, “relâmpago” traduzido de russo para português. Os objetivos perseguem incertos. Em “Mr. Putin: Operative in the Kremlin”, Fiona Hill e Clifford G. Gaddy ensaiam hipóteses: roubar segredos tecnológicos, recrutar altos cargos do Partido Comunista da Alemanha Oriental, garantir apoio político à ‘perestroika’, recrutar, aprisionar e comprometer europeus.