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Um ano de guerra na Ucrânia

Ficar até ao fim, qualquer que ele seja

Um hospital que se mantém em funcionamento mesmo com o som dos bombardeamentos cada vez mais perto. Dezenas de pessoas, médicos, enfermeiros, auxiliares arriscam todos os dias o caminho até aquelas paredes, controladas pelo exército. Esta é uma das crónicas de enviados da SIC à Ucrânia que publicamos ao longo desta semana, em que se cumpre um ano de guerra
Solen Feyissa/Unsplash

Os desenhos feitos à mão nas parede do denunciam que ali nascem crianças. Uma girafa, um caracol, uma árvore e um bebé. Aqueles bonecos pintados são o único ponto de normalidade.

O corredor está vazio. Já não se ouve o choro constante dos recém-nascidos, já não há azáfama de partos e trabalho de parto, que mesmo no início da guerra se manteve.

Estamos no sul do país, no último hospital antes da linha da frente. Nasceram dois bebés nas últimas horas. Hão de sair dali assim que as mães recuperarem do parto. Vão viver fora do Oblast, porque há expetativa que as forças russas avancem e tomem a cidade.