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Guerra na Ucrânia

A corrida de Donald Trump ao Prémio Nobel da Paz: pode a Europa entrar no seu jogo perigoso de vaidade e poder ou seria “capitulação”?

Pode a Europa jogar com a obsessão de Donald Trump, de vencer o Nobel da Paz? O Presidente dos Estados Unidos transformou o seu envolvimento negocial na guerra na Ucrânia numa campanha velada pelo título. Em vez de fazer avanços concretos, o Presidente norte-americano multiplica encenações, confronta aliados tradicionais e alimenta a sua vaidade. Estará a Europa disposta a legitimar esse jogo?

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Andrew Harnik

No final de fevereiro, a reunião na Sala Oval, da Casa Branca, entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, o vice-presidente, J.D. Vance, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tornou-se um espetáculo público de humilhação. Estes encontros são historicamente essenciais para se forjar a paz em tempos de guerra, desempenhando um papel fundamental no alívio de tensões, no esclarecimento de posições e na abertura a futuras negociações. Em vez disso, Zelensky foi confrontado com a indumentária que adotou desde que a Ucrânia foi invadida (t-shirts de estilo militar, normalmente em verde-escuro ou preto, e as “calças cargo”), com uma alegada falta de agradecimento aos Estados Unidos e com um descrédito total sobre a capacidade da Ucrânia de vencer a guerra.