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Guerra na Ucrânia

“Um acordo de paz é completamente inviável neste momento”, afirma antigo coronel americano e ex-conselheiro de Defesa da Ucrânia

Em entrevista ao Expresso, Liam Collins rejeita a perspetiva de qualquer esforço diplomático bem-sucedido neste ponto do conflito. “A Ucrânia não pode entrar na negociação de um acordo em que cede mais território”, sublinha, porque a História tem demonstrado que nunca mais o recupera. O militar aposentado deixa ainda o alerta: Kiev está “em vantagem”, mas “essa posição preponderante” depende da continuidade da ajuda ocidental

A destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, fotograda de cima
Anadolu Agency/Ukraine Presidency/Handout/Getty Images

Liam Collins serviu no exército dos Estados Unidos durante 27 anos e aposentou-se em 2019, na qualidade de fundador e diretor do Modern War Institute e diretor do Departamento de Instrução Militar na Academia Militar, em West Point. Esteve em vários teatros de operações, incluindo Afeganistão, Bósnia, Iraque, América do Sul e Corno de África. Fez trabalho de campo na Geórgia, estudando a Guerra Russo-Georgiana de 2008, e nos Países Bálticos, debruçando-se sobre as tentativas de deter a agressão russa.

Membro permanente do Council on Foreign Relations, entre 2016 e 2018 foi conselheiro de Defesa da Ucrânia. O coronel aposentado afirma ao Expresso que a guerra está para durar e que “terá de ser a Rússia a sofrer danos cada vez maiores, a perder terreno e, eventualmente, a retirar-se”.