Exclusivo

Europa

Europa procura novos aliados: oposição à política comercial dos EUA poderá levar a “convergência” com a China

Por causa da mentalidade transacional de Donald Trump, pelo menos durante alguns anos, a Europa (mais concretamente, a UE) será votada à mesma busca: procurar aliados por interesse em questões específicas, mesmo que mantendo as desconfianças

Emmanuel Macron e o novo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney
Pierre Suu/Getty Images

Como dizia Lord Palmerston, primeiro-ministro britânico do século XIX, as nações não têm aliados eternos, apenas interesses. Os tempos em que os Estados Unidos da América e a Europa eram aliados irrefutáveis já lá vão.

Senão, vejamos: a Administração Trump anunciou o aumento das taxas alfandegárias aplicadas à Europa, sobre o aço e o alumínio, e os líderes europeus garantiram que retaliarão. Antes disso, JD Vance, vice-presidente dos EUA, foi à Conferência de Munique “avisar” que uma das suas maiores preocupações em relação à Europa se prende não com as ameaças externas, mas com a ameaça que “vem de dentro”, em concreto o que considera ser o “recuo” na liberdade de expressão (e subsequente travagem a fundo na inovação). E, esta semana, a Europa foi completamente posta de parte nas conversações com a Rússia sobre a Ucrânia.