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O “Big Bill” passou, e agora? “É uma tomada de poder para os multimilionários com poderes destruírem a vida de qualquer um”

O “Big Beautiful Bill” prevê cortes históricos em programas sociais como Medicaid e assistência alimentar, enquanto fortalece os privilégios dos ricos e aumenta a vigilância nas fronteiras. Ter sido aprovado foi uma demonstração do poder de Donald Trump sobre o Partido Republicano

Donald Trump está a negociar os votos na Câmara, a favor da sua proposta legislativa
Chip Somodevilla/Getty Images

Foi aprovado o grande projeto de lei de Donald Trump. Na Câmara dos Representantes, a votação final foi de novo renhida, de 218 contra 214. Todos os republicanos, exceto dois, votaram a favor e os democratas opuseram-se. O deputado Hakeem Jeffries, democrata de Nova Iorque, referiu-se ao projeto como “um ataque total à saúde do povo dos Estados Unidos da América”. Já a congressista Alexandria Ocasio-Cortez referiu-se à aprovação como um “dia triste”. O Partido Democrata teme que o plano venha a fazer ruir muitas das bases sociais dos Estados Unidos. Mas a aprovação do projeto de lei é também o exemplo mais recente do controlo praticamente ilimitado de Trump sobre o Partido Republicano.

Cortes de impostos, sobretudo para os americanos mais ricos, mais verbas para a defesa, fiscalização das fronteiras e deportações, tudo isto à custa de cortes extensivos no Medicaid (que fornece assistência médica aos que têm rendimentos mais baixos, e que serão cerca de 70 milhões) e na assistência alimentar. As universidades de elite saem também penalizadas, com aumentos significativos nos impostos sobre o rendimento auferido pelas suas dotações, e programas de energia verde são suprimidos. O “Big Beautiful Bill” já tinha sido aprovado no Senado por margem mínima (J. D. Vance, como presidente do Senado, desempatou, a 51-50), e agora poderá financiar as prioridades políticas da agenda de Donald Trump.