Trump criou o Supremo Tribunal à sua imagem: pode o coletivo de juízes tornar-se afinal o seu principal (ou único) oponente?
Não há razão para entrar já em pânico. Apesar de J.D. Vance andar há pelo menos dois anos a defender que os tribunais não podem ser impedimento ao poder executivo, não há indícios de que Trump pondere desrespeitar as decisões dos juízes. No primeiro mês de mandato, foram interpostas 80 ações judiciais contra decretos seus. Algumas vão chegar ao Supremo Tribunal, último freio à ação governativa. Em teoria, o Presidente tem uma maioria de magistrados do seu lado, mas estarão todos dispostos a pôr em risco a sua reputação?
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos (fila da frente, da esquerda para a direita), a juíza associada Sonia Sotomayor, o juiz associado Clarence Thomas, o presidente do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, John Roberts, o juiz associado Samuel Alito e a juíza associada Elena Kagan; na fila de trás, da esquerda para a direita: a juíza associada Amy Coney Barrett, o juiz associado Neil Gorsuch, o juiz associado Brett Kavanaugh e a juíza associada Ketanji Brown Jackson posam para o seu retrato oficial
O Supremo Tribunal é o último freio da ação política nos Estados Unidos e Donald Trump começou, em 2017, a reconstruí-lo à sua imagem. Esse é, de resto, o grande legado de Trump, a verdadeira revolução, o que os conservadores mais radicais mais enaltecem quando falam da sua confiança cega no Presidente dos Estados Unidos.