Se há dois meses o estado da Geórgia foi um dos que ajudaram Joe Biden a conquistar a presidência dos Estados Unidos da América, esta terça-feira aquele mesmo território — o quarto a aderir à federação, a 2 de janeiro de 1788 — é palco de uma disputa que ditará muito do que acontecerá nos próximos anos. Em causa está o controlo do Senado.
A lei eleitoral da Geórgia dita que haja segunda volta nas eleições para o Congresso quando nenhum candidato obtém mais de 50% dos votos. Foi isso que sucedeu a 3 de novembro nas duas corridas ao Senado que aí se travaram, uma delas esperada (fazia parte dos 33 lugares de senador a renovar em 2020), outra extraordinária (por demissão de um senador republicano).
Estando os outros 98 lugares no Senado já atribuídos — 50 para o Partido Republicano, 46 para o Partido Democrata e dois para independentes alinhados com este último —, os assentos georgianos são cruciais. Ou os republicanos mantêm a maioria de que gozam desde 2015 ou os democratas conseguem um empate (contando com os independentes) e ficam, na prática, em vantagem. É que o voto de qualidade em caso de divisão 50-50 cabe ao presidente do Senado, que é, por inerência, o vice-presidente do país, ou melhor, a vice-presidente, pois a democrata Kamala Harris tomará posse desse cargo no próximo dia 20 de janeiro.