“São duas candidaturas baseadas no medo. Depois da pandemia, os medos falaram mais alto”, começa por dizer Gil Castillo, consultora política brasileira, para explicar o país que vai a votos este domingo. A polarização reinou durante a campanha, e foi alimentada pelos dois blocos que disputam o Palácio de Brasília: o atual presidente Jair Bolsonaro à direita, e o ex-presidente Lula da Silva à esquerda.
As últimas sondagens publicadas ao longo desta semana dão a vitória a Lula da Silva, porventura até à primeira volta. “O Brasil vive hoje um momento único. As pessoas votam não num projecto, mas contra um projecto”, explica ao Expresso Gil Castillo. O discurso do ‘nós’ contra ‘eles’ tem-se intensificado desde 2013: um lado contra as elites, o outro contra o comunismo. Segundo a sondagem da “Quaest”, 55% das pessoas rejeitam Bolsonaro e 44% sentem o mesmo por Lula.