Luaty Beirão foi preso em 2015 juntamente com outros ativistas que discutiam em Luanda um livro sobre formas pacíficas de protesto. Durante o cárcere, cumpriu 36 dias de greve de fome. Ele e os restantes ativistas acabaram por ser libertados ao fim de um ano e nove dias num processo que ficou conhecido como o dos “15+2”. Em entrevista ao Expresso, o luso-angolano deixa várias críticas a João Lourenço, que, diz, “não é muito diferente” de José Eduardo dos Santos porque “usa a mesma filosofia de domínio e de controlo”. E se é verdade que houve uma abertura para um aumento dos protestos com o novo Presidente, atualmente a cumprir o seu segundo mandato, a violência policial “também aumentou proporcionalmente”.
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Luaty Beirão em entrevista: “É desolador, é aterrador mesmo, pensar que é mais uma geração que vai crescer com um sonho adiado”
O ativista acusa João Lourenço de ser “cúmplice” da repressão policial nos protestos desde que chegou ao Palácio Presidencial e classifica como “constrangedora” a forma como “Portugal dobra a espinha” relativamente a Angola. O luso-angolano não antevê um horizonte de esperança e deixa o alerta: “As pessoas estão a chegar a um limite. Isso vai ficar descontrolado e as coisas vão acabar por rebentar”