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Eleições na Venezuela: dados divulgados pela oposição refletem “quase de certeza” a votação, defende académica

O Conselho Nacional de Eleições (CNE), que não publicou os registos de votação e disse ter sido alvo de um ciberataque, deu a vitória a Nicolás Maduro. A oposição contestou os resultados e divulgou atas de contagem de votos que dão a vitória a Edmundo González. Entre as vozes que expressam dúvidas sobre os resultados das eleições presidenciais da Venezuela, surge um estudo preliminar da académica Dorothy Kronick que remete para a veracidade dos dados divulgados pela oposição

Isaac Urrutia

Os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela foram recebidos com desconfiança por vários países da comunidade internacional. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro – um resultado validado pelo Supremo Tribunal da Venezuela na semana passada sem que as provas fossem tornadas públicas – com 51% dos votos contra 43% do candidato opositor Edmundo González Urrutia. No entanto, atas de contagem de votos divulgadas online pela oposição dão a vitória a González. A versão preliminar de um estudo de Dorothy Kronick, professora assistente na Universidade da Califórnia, conclui que estes dados refletem “quase de certeza” os votos que foram submetidos.

Os registos oficiais de votação não foram divulgados pelas autoridades nacionais, tendo o CNE alegado que foi alvo de um ciberataque. Na sua análise - que ainda não está na versão final nem foi sujeita a revisão por pares - Kronick exclui que a oposição tenha apresentado dados falsos. “Mesmo níveis extraordinários de capacidade organizacional, perspicácia conspirativa e recursos não conseguiriam perpetuar fraude da contagem dos votos e produzir dados de campanha sem deixar rasto documental”, defende.