A Venezuela vive horas tensas após uma noite eleitoral agridoce, em que o regime chavista desferiu um golpe eleitoral contra a expressão cívica do povo nas urnas. A reação tardou umas horas, mas o ruído contagioso das panelas acabou por se alastrar qual vírus.
Nos protestos já morreu pelo menos uma pessoa, segunda-feira. As forças de segurança reprimiram a população usando gás lacrimogéneo e balas de borracha.
Milhares de panelas soaram do este ao oeste de Caracas, de Petare, a maior favela da América Latina, até Catia, a zona circundante ao palácio presidencial de Miraflores. O protesto foi marcante, com as classes populares a impor-lhe um ritmo metálico, clássico na Venezuela contemporânea. “É a expressão de cidadãos que se sentem ultrajados por uma pandilha perversa entrincheirada no poder”, resumiu César Pérez Vivas, dirigente da oposição democrática.