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América Latina

Venezuelanos saem à rua e acusam Nicolás Maduro de fraude eleitoral

Cresce a tensão em todo o país, sobretudo nas favelas que circundam Caracas. Oposição não desarma e apresenta fortes indícios de fraude eleitoral cometida pelo regime de Nicolás Maduro

Protesto nas ruas de Caracas contra os resultados oficiais das presidenciais de 28 de julho, que muitos indícios põem em causa
Pedro Rances Mattey/Anadolu/Getty Images

A Venezuela vive horas tensas após uma noite eleitoral agridoce, em que o regime chavista desferiu um golpe eleitoral contra a expressão cívica do povo nas urnas. A reação tardou umas horas, mas o ruído contagioso das panelas acabou por se alastrar qual vírus.

Nos protestos já morreu pelo menos uma pessoa, segunda-feira. As forças de segurança reprimiram a população usando gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Milhares de panelas soaram do este ao oeste de Caracas, de Petare, a maior favela da América Latina, até Catia, a zona circundante ao palácio presidencial de Miraflores. O protesto foi marcante, com as classes populares a impor-lhe um ritmo metálico, clássico na Venezuela contemporânea. “É a expressão de cidadãos que se sentem ultrajados por uma pandilha perversa entrincheirada no poder”, resumiu César Pérez Vivas, dirigente da oposição democrática.