É possível, no México de hoje, derrotar um partido que encarna a Virgem Morena de Guadalupe e tem como líder um pastor de massas, encarnação da religião populista em terras americanas? Cerca de 100 milhões de mexicanos responderão a esta dúvida nas eleições deste domingo, com apenas uma certeza: o grande país americano, o maior gigante hispanófono, terá, pela primeira vez, uma mulher na presidência durante os próximos seis anos. Mas já lá vamos.
Antes é preciso frisar que o México atravessa a mesma tormenta que boa parte das Américas: a insegurança. Isso mesmo recordaram, por estes dias, “The New York Times” e “The Washington Post”, causando a ira do Presidente cessante, Andrés Manuel López Obrador — conhecido pelas iniciais AMLO, como se fosse o JFK do México —, contra os “meios de comunicação conservadores”. Segundo estes jornais dos Estados Unidos, o crime organizado está a capturar pequenos governos locais mexicanos para assegurar proteção aos seus negócios ilegais, o que levou a um recrudescimento da violência em campanha, saldando-se na morte de pelo menos 34 candidatos.