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América Latina

Eleições na América Latina em 2024: região à beira do conflito e da ilegalidade constitucional, à mercê do crime e da incerteza económica

El Salvador vai às urnas por mais linha-dura. O Panamá pode eleger um implicado na Operação Lava Jato brasileira. O México, governado pela esquerda, terá uma inédita Presidente mulher. Na Venezuela, Nicolás Maduro usa o Essequibo como chantagem. Os Estados Unidos, preocupados com o impacto na disputa Joe Biden x Donald Trump, podem ceder ao regime de Maduro. Na Argentina, a revolução liberal de Milei terá de superar o Congresso e a resposta das ruas. No Equador, a surpreendente violência adverte a região para o perigo do crime organizado

Nayibe Bukele, atual Presidente de El Salvador, vai poder recandidatar-se às eleições de fevereiro próximo, por indicação do Tribunal Constitucional
JOSE CABEZAS/REUTERS

O ano de 2024 entrará para a História como aquele em que mais eleitores irão às urnas. Das mais de 80 eleições no mundo inteiro, seis serão na América Latina, sem contar as municipais no Brasil e na Costa Rica nem as regionais no Chile.

As presidenciais vão acontecer no México, Venezuela, Uruguai, República Dominicana, El Salvador e Panamá. A que mais atenção atrai e a que mais incógnitas gera é a da Venezuela. Haverá eleições limpas, transparentes e justas? Ou haverá mesmo eleições?

Outra dúvida é até que ponto o processo eleitoral na Venezuela vai produzir efeitos nas hipóteses que Joe Biden terá contra Donald Trump nos Estados Unidos.

No México, em El Salvador e na República Dominicana os governantes correm com vantagem. Se vencerem, vão eliminar a tendência, dos últimos anos, de vitórias das oposições.

Em El Salvador, o desrespeito pela Constituição parece menos importante do que a lei e a ordem e na Argentina, onde já houve eleições, permanece a dúvida: até onde resiste a sociedade ao ajuste fiscal, base da revolução liberal de Javier Milei?

De todas as regiões no mundo, a América Latina será a que menos vai crescer economicamente. E isso é particularmente preocupante numa região de frágeis instituições democráticas, algo que se tornou evidente com o “estado de exceção” contra o “conflito armado interno” decretado no Equador.