América Latina

Nicolás Maduro já votou. E disse que o referendo vai “sentar o Presidente da Guiana" à mesa das negociações

Mais de 20 milhões de venezuelanos são chamados este domingo às urnas para responder às cinco perguntas do referendo sobre Essequibo, território da Guiana que a Venezuela reclama há “150 anos”. As assembleias de voto enceram às 18h (quatro horas mais em Portugal) e o sufrágio está a ser policiado por cerca de 350 mil militares e 50 mil polícias

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assegurou hoje que o país vai sair "mais forte" do referendo não vinculativo sobre a disputa com a Guiana pelo Essequibo, um território de quase 160 mil quilómetros quadrados.

Estamos a resolver, por meios constitucionais, pacíficos e democráticos, uma pilhagem imperial com 150 anos. (…) Estou certo de que, a partir de hoje, vamos sair mais fortes. Estou otimista, tenho a esperança renovada de que hoje vamos sair mais fortes como país para falar alto, claro e forte", afirmou o chefe de Estado ao canal estatal VTV, após votar pouco depois da abertura das assembleias de voto.

Para Nicolás Maduro, o primeiro efeito do referendo será “sentar o presidente da Guiana", Irfaan Ali, que "tomou o caminho do confronto", para retomar o Acordo de Genebra como forma de resolver o diferendo através de um mecanismo de "negociação pacífica e diplomática".

"É uma das mais altas aspirações", acrescentou o presidente venezuelano, lembrando que este referendo é a “primeira vez em 150 anos de luta” pelo Essequibo que "as portas das assembleias de voto estão abertas".

De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, 20,69 milhões de cidadãos poderão votar no referendo, que coloca, entre as suas cinco questões, a anexação do território ao mapa nacional e a implementação de um "plano acelerado" para servir a população da zona, com a concessão de cidadania.

O encerramento da votação está previsto para as 18h00 locais (22h00 em Portugal), horário que poderá ser prolongado nos centros onde ainda há filas de espera.

Segundo o governo, um total de 356.513 militares estão destacados para o referendo, com o apoio de 51.778 polícias, tendo sido tomadas precauções contra "possíveis planos de sabotagem".