Exclusivo

América Latina

Eleições no Equador: Luisa González, a mulher que pode levar muitos a vencer o medo de votar (e do narcotráfico)

Este domingo há eleições gerais no Equador e, na Guatemala, 2ª segunda das Presidenciais. No Equador, os resultados são mais imprevisíveis depois do assassínio de Fernando Villavicencio, morto a tiro à saída de um comício. Luisa González poderá converter-se na primeira mulher Presidente do Equador

Luisa González, candidata pelo Revolución Ciudadana, pode ser a primeira mulher Presidente do Equador
Franklin Jacome/Getty Images

Os 13 milhões de equatorianos que vão às urnas no próximo domingo têm de vencer um fantasma que pode pôr em causa a democracia. O fantasma tem nome, chama-se “medo, e vai desempenhar um papel importante nas eleições gerais do próximo domingo no Equador”, diz ao Expresso o professor de Ciência Política Felipe Botero. “A situação de segurança no país é difícil e crítica, a campanha eleitoral já estava a ser marcada pela insegurança antes do assassínio do candidato Fernando Villavicencio [morto a tiro à saída de um comício no passado dia 9], mas a sua morte enfatiza esta sensação de insegurança”, acrescenta este especialista em processos eleitorais na região, que dá aulas na Universidade de Los Andes, Colômbia.

O Equador “era um país historicamente tranquilo, mas a situação alterou-se radicalmente nos últimos 10 a 15 anos por causa do narcotráfico”, explica. “À medida que as autoridades colombianas foram reforçando a luta contra o narcotráfico, os narcotraficantes deslocaram-se” para o vizinho Equador, país encaixado entre a Colômbia e o Peru — dois grandes produtores de coca — e o oceano Pacífico. Acresce a este caldo explosivo o facto de Guayaquil, a cidade mais populosa do país, “possuir um grande porto [que pode funcionar como canal de exportação da droga]” e de a economia estar dolarizada desde janeiro de 2000, diz o especialista. De acordo com “The New York Times” (de 12 de julho), a “violência relacionada com a droga começou a aumentar em 2018, quando os grupos criminosos locais começaram a competir por melhores posições no negócio. No início, a violência estava confinada principalmente às prisões [que funcionaram como bases operacionais do narcotráfico], segundo especialistas que estudam o Equador”.