Exclusivo

Alemanha

O falhanço de Merz na primeira votação para chanceler alemão em sete perguntas e respostas

O democrata-cristão enfrenta um revés histórico, ao ter falhado a eleição para chanceler na primeira votação no Parlamento alemão. Não foi além dos 310 votos, seis abaixo da maioria necessária, apesar de a coligação do seu partido com o centro-esquerda deter 328 assentos. Com uma segunda votação marcada já para esta tarde, a aliança centrista está em reuniões de crise para unificar o apoio, enquanto a sombra da extrema-direita e divisões internas ameaçam a estabilidade política

Friedrich Merz
Kay Nietfeld/picture alliance/Getty Images

Pela primeira vez na história da República Federal da Alemanha, um candidato a chanceler, Friedrich Merz, não conseguiu a maioria absoluta na votação inicial no Bundestag (Parlamento), realizada na manhã desta terça-feira. Apesar da vitória da União Democrata-Cristã (CDU, centro-direita, com os parceiros bávaros da União Social-Cristã, CSU) nas eleições legislativas de fevereiro, com 28,6% dos votos, e do acordo de coligação com o Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda) – juntos, asseguram 328 deputados –, dissidências internas e tensões ideológicas resultaram num inesperado fiasco.

Com apenas mais doze deputados do que o limiar da maioria, a coligação enfrenta fragilidades potencialmente motivadas pela liderança polarizadora de Merz, críticas à sua aproximação à Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita) e relutância de sectores do SPD. Com uma segunda votação agendada para esta tarde, Merz e os dirigentes da coligação trabalham contra o tempo para garantir os votos necessários.