As certezas que há sobre as eleições alemãs ao cair da noite de domingo são as mesmas que já existiam antes de mais de 50 milhões de votantes se terem dirigido às urnas: a candidatura mais votada é a do centro-direita, a extrema-direita tem um resultado historicamente bom, o centro-esquerda tem um resultado historicamente mau. O próximo Governo deve ser chefiado por Friedrich Merz, cabeça de lista da União Democrata-Cristã (CDU), que concorre aliada ao seu partido irmão na Baviera, a União Social-Cristã (CSU), mas é cedo para dizer qual será a sua composição partidária.
A CDU deve ficar com menos de 30% dos votos, ainda assim acima do resultado de 2021, quando se encerrou o consulado de 16 anos de Angela Merkel (24%). Segue-se-lhe a Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita), que quase duplica a sua votação, de 10% para 19,5%. Merz já recusou qualquer entendimento com esta formação de laivos neonazis, apesar da abertura que a respetiva líder, Alice Weidel, expressou, sob pena, antevê ela, de haver um “Governo instável que não dure os próximos quatro anos”.