Catarina dos Santos-Wintz é, aos 30 anos, a deputada mais jovem da União Democrata-Cristã (CDU, de centro-direita, à frente nas sondagens para as eleições de 23 de fevereiro). Nasceu em Lisboa, filha de pai alemão e mãe portuguesa, mas cresceu na região de Aachen, no oeste da Alemanha, onde foi eleita nas eleições de 2021. No seu gabinete do Parlamento, em Berlim, formado quase exclusivamente por mulheres, conta em exclusivo ao Expresso os bastidores da polémica votação da lei da imigração, que provocou acusações de uma aproximação da CDU à Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita). A luso-alemã diz que a CDU nunca vai vender a alma, recorda como recebeu a notícia da guerra na Ucrânia durante o Carnaval e tece elogios a Marcelo Rebelo de Sousa. Insiste que Portugal deixou de ser só o bom aluno da Europa, e que já tem muito que ensinar a Berlim.
Que balanço faz deste seu primeiro mandato enquanto deputada?
Comecei ainda com a pandemia de covid-19, apanhei uma guerra na Europa e a queda prematura de um Governo na Alemanha, o que é raro. Podiam ter sido tempos um bocadinhos mais fáceis, não? Mas o que adorei foi o trabalho parlamentar: trabalhar em nome das pessoas do meu círculo eleitoral, poder conhecer tantas pessoas que fazem coisas boas na minha região, dar-lhes voz aqui no Parlamento. E agora o que queremos é que saía um Governo estável das próximas eleições.