Na semana passada, o ambiente político alemão viveu um momento de invulgar agitação. Friedrich Merz, líder da União Democrata-Cristã (CDU), principal partido da oposição, levou ao Parlamento uma proposta de lei que visava endurecer as políticas de imigração e asilo. Para ser aprovada, precisava dos votos da Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita). Tal manobra abalava o “cordão sanitário” prometido pelos conservadores em redor do partido da direita radical, que os serviços de segurança consideram uma organização suspeita de extremismo. Mais de 100 mil alemães saíram às ruas em protesto. A proposta acabou por ser chumbada.
O debate de domingo à noite, transmitido a partir de Berlim pelas duas estações da televisão pública alemã, era muito aguardado por representar o primeiro confronto público entre Merz e o chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (PSD, centro-esquerda), desde aquela polémica. E esse foi mesmo o tema de arranque, a duas semanas da ida às urnas, agendada para 23 de fevereiro.