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Próximo chanceler alemão? Friedrich Merz é um “conservador” que “quer levar a CDU para onde estava antes de Merkel”

Conservador, católico, pouco popular, marginalizado pela antiga chanceler Angela Merkel, defensor de políticas de imigração restritivas e sem experiência na chefia de um órgão de governo. Eis algumas das particularidades que distinguem Friedrich Merz, o mais provável futuro chanceler da Alemanha

Sean Gallup

O líder da União Democrata-Cristã (CDU), partido de centro-direita e principal força da oposição alemã, está bem posicionado para ganhar as eleições legislativas que se realizam a 23 de fevereiro na maior economia da Europa. Se os resultados das sondagens se confirmarem, Friedrich Merz pode suceder ao atual chanceler Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD, centro-esquerda), e tornar-se o primeiro chefe de Governo conservador desde Angela Merkel.

Em muitos aspetos, Merz é um candidato peculiar e, sobretudo, diferente da antecessora, que governou durante 16 anos. O candidato nasceu em 1955 na cidade de Brilon, na zona rural de Sauerland, estado da Renânia do Norte-Vestefália, o mais populoso do país. Com 69 anos, tornar-se-ia o segundo chanceler mais velho da Alemanha, depois de Konrad Adenauer (também da CDU), que tinha 73 anos quando tomou posse.

Católico desde o nascimento, o democrata-cristão está casado há mais de 40 anos com Charlotte Merz, com quem tem três filhos. É um advogado rico, apaixonado por aviões, que começou na política como deputado do Parlamento Europeu pela CDU, em 1989, passando para o Bundestag (Parlamento alemão) cinco anos depois.

“Autoexílio político”

Porém, no início deste século, Merkel — que não via Merz com bons olhos — afastou-o quando percebeu que o seu ‘némesis’, um ano mais novo, tentava chegar às fileiras mais altas do partido. A então líder da CDU foi eleita chanceler em 2005, cargo que manteve até 2021. Até hoje, é a única mulher a ter ocupá-lo.