Nos instantes que antecederam a conversa entre Elon Musk e Alice Weidel (candidata da AfD, que está em segundo lugar nas sondagens na Alemanha, atrás da União Democrata Cristã - CDU), cerca de 90.000 utilizadores encontravam-se à espera para acompanhar online o evento, acessível através da plataforma Spaces, na rede social X. Durante a “conversa com a principal candidata para governar a Alemanha”, em que Musk reforçou a sua opinião de que só “a AfD pode salvar a Alemanha”, o multimilionário fez questão de explorar as crenças ideológicas da candidata que apoia e de a deixar distinguir-se de Adolf Hitler e do seu projeto para a Alemanha.
Os dois concordaram, num diálogo de cerca de 75 minutos regado com algumas gargalhadas, em vários temas: a alegada “desregulação” da imigração, nos Estados Unidos da América e na Alemanha, o esmorecimento da ideologia da meritocracia e a necessidade de terminar imediatamente a guerra na Ucrânia.
“O nosso país é um grande país com pessoas altamente motivadas, mas não tem sido governado de forma adequada nos últimos 25 anos”, disse Alice Weidel a Musk, acusando Merkel de “arruinar” o país, ao abrir as fronteiras. Também atacou as políticas “verdes” no sentido de “impor apenas a energia solar e eólica”, desligando as “centrais nucleares”. (Muitas das críticas endereçadas à antiga chanceler alemã, por parte de vários analistas, baseavam-se, na verdade, na dependência do gás russo em que deixou a economia.)