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Alemanha: “A AfD consolidou-se na extrema-direita” e os eleitores parecem motivados pela sua radicalização

Uma sondagem apurou que a Alternativa para a Alemanha, partido que em 2013 não alcançou os 5% dos votos obrigatórios para aceder ao Parlamento Federal, tem hoje 20% do eleitorado pronto a dar-lhe o seu voto. Uma tendência considerada problemática tanto pelos fantasmas históricos como pelo impacto da sua população de mais de 83 milhões de cidadãos no seio da União Europeia

Tino Crupalla e Alice Weidel no congresso de Magdeburgo: "Preparados para mais", um slogan virado para o futuro após dez anos de AfD
Jens Schlueter/Getty Images

A União Europeia é um “projeto completamente falhado” nas suas principais áreas, incluindo a migração e a política climática, e deve ser “refundada” como uma “federação de nações europeias”. Estas convições, partilhadas por um largo espectro de partidos de extrema-direita, ganharam velocidade e entraram com o pé direito na redação final do programa para as eleições do Parlamento Europeu (PE, junho 2024) do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

A pouca distância de defender a dissolução da UE, a cúpula dirigente que este fim de semana se reuniu em congresso na cidade de Magdeburgo, no estado federal da Saxónia-Anhalt (ex-República Democrática da Alemanha), deu confiantemente um passo em frente. Para trás ficaram vestígios de um discurso mais moderado que escondia algumas radicalismos subjacentes, o qual ajudou o partido a fazer o seu caminho ao longo da última década. Longe está agora a formação política que falhou por décimas a entrada no Parlamento Federal nas legislativas de 2013 ao não conseguir alcançar a fasquia mínima de 5% de votos exigida pela Constituição de 1949.