Internacional

Trump diz que EUA vão negociar acordos diretos sobre tarifas com alguns países da União Europeia

Donald Trump afirmou que, em alguns casos, os Estados Unidos irão celebrar acordos diretos com determinados países. No entanto, até agora, apenas foram assinados acordos pouco abrangentes com a China, o Reino Unido e o Vietname

O Presidente norte-americano Donald Trump afirmou que as tarifas permitirão aos Estados Unidos receber mais dinheiro e defendeu que o acordo para maior investimento da NATO em defesa dá "uma grande voz" a Washington.

No sábado, Trump anunciou a imposição de tarifas de 30% sobre todos os produtos da União Europeia (UE) e do México, a partir de 1 de agosto, em cartas publicadas na rede social detida pelo republicano, a Truth Social.

"Basicamente, estamos a dizer aos países que lhes vamos dar o privilégio de comprar e trabalhar no nosso país. E acho que isso é muito bom", disse, horas mais tarde, o chefe de Estado.

"Em alguns casos, faremos acordos diretos. Já fizemos alguns com vários países. É uma enorme quantidade de dinheiro para este país", disse o Presidente em entrevista à emissora norte-americana Fox News.

Desde a suspensão das tarifas anunciada em abril, os Estados Unidos só conseguiram assinar acordos, pouco abrangentes, com a China, o Reino Unido e o Vietname.

Nas cartas, Trump justificou a imposição de tarifas com o papel do México no escoamento de drogas ilegais para os Estados Unidos e com o desequilíbrio comercial com a UE.

Numa carta endereçada à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump afirmou também que o défice comercial dos EUA representava uma ameaça à segurança nacional.

"Tivemos anos para discutir a nossa relação comercial com a União Europeia e concluímos que precisamos de nos afastar desses défices comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados pelas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais", escreveu o republicano.

Após o anúncio, Ursula von der Leyen mostrou-se disposta a negociar com os EUA, mas alertou que "tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar" os interesses da UE, "incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário".

Estes países "aproveitaram-se de nós durante 30 ou 40 anos" e por isso estão "chateados", disse o Presidente dos Estados Unidos à Fox News.

Trump recordando que esta política tarifária já vinha do primeiro mandato presidencial, entre 2017 e 2021, e lamentou não a ter implementado por completo devido à pandemia de covid-19.

Por outro lado, o republicano defendeu que "resolveu o problema da NATO", a Organização do Tratado do Atlântico Norte, com um acordo, alcançado em 25 de junho, num cimeira nos Países Baixos.

Os 32 países da Aliança Atlântica comprometeram-se a aumentar até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) o investimento na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029.

"Agora, todos os países estão a pagar muito mais, 2% a 5%. Antes, não pagavam nem 2%, e agora pagam 5%. Isto representa mais de mil milhões de dólares por ano [855 milhões de euros]. Agora temos uma grande voz na NATO. Antes, com Biden, não tínhamos voz", declarou Trump.