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“A extrema-direita produz disparates que atraem os não muito instruídos e desesperados. A culpa é dos políticos tradicionais”

Paul Collier acaba de publicar o livro "Left Behind", que, como descreve “é sobre lugares que antes pareciam prósperos, mas que agora ficaram para trás", e estes "encontram-se em todo o mundo, mesmo em países ricos que possuem regiões pobres”. Em entrevista ao Expresso, o economista britânico explica que são a solidariedade e cooperação que atenuam as desigualdades entre Estados. Mas também esclarece que tipos de cooperação resultam e as que estão condenadas ao fracasso

Economista britânico Paul Collier
Roberto Ricciuti

Paul Collier é conhecido por aconselhar governos de vários países sobre como lidar com Estados mais pobres e ajudá-los, sem condescendência. Na perspetiva do economista britânico, essa forma de cooperação é a única forma de impedir que as pessoas se sintam "deixadas para trás" e adiram a movimentos populistas. Collier, que já foi conselheiro da Comissão de Blair para África e diretor do Grupo de Investigação para o Desenvolvimento do Banco Mundial entre 1998 e 2003, diz-se agora preocupado com a quantidade crescente de Estados frágeis, ou seja, sujeitos a tal nível de ameaças que a sua soberania está mesmo em causa. Em entrevista ao Expresso, o professor da Blavatnik School of Government, na Universidade de Oxford, lamenta o estado da política do Reino Unido, reflete sobre os Estados Unidos, a China, Espanha, Alemanha e até sobre a Zâmbia.