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“A vida das pessoas está em risco devido à desinformação e ao discurso de ódio. É urgente olharmos para isto agora”

Para a diretora do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa Ocidental, “as ameaças à integridade da informação têm grande impacto nos conflitos” e, aliás, “criam conflitos”. Em entrevista ao Expresso, Sherri Aldis antecipa a Cimeira do Futuro, que arranca este domingo em Nova Iorque, coincidindo com a Assembleia-Geral da ONU. “Temos assistido a uma verdadeira erosão da confiança no multilateralismo”, sinaliza, acrescentando que, “pela primeira vez, de forma muito concreta, a reforma do Conselho de Segurança estará em cima da mesa”. Quanto ao prazo para a adoção dos Princípios Globais para a Integridade da Informação, apresentados por António Guterres, a responsável diz que “tem de haver alguma flexibilidade” e “não há um calendário específico”

Sherri Aldis, diretora do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa Ocidental
UNRIC

Hélder Gomes

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou a Cimeira do Futuro para 22 e 23 de setembro, domingo e segunda-feira, aproveitando a presença dos chefes de Estado e de Governo na semana de alto nível da Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque. Em julho, António Guterres apresentou os Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação, que visam criar “uma ação internacional coordenada para enfrentar o premente desafio global da desinformação, do discurso de ódio e de outros riscos para a integridade do ecossistema da informação”.

A diretora do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa Ocidental (UNRIC), Sherri Aldis, falou ao Expresso sobre o trabalho desenvolvido nos últimos meses, designadamente os três processos de negociação no âmbito da cimeira: o Pacto para o Futuro, a Declaração sobre as Gerações Futuras e o Pacto Digital Global.

A responsável do UNRIC participará nas Conferências do Estoril, a 24 e 25 de outubro, integrada no pilar da paz, onde partilhará a sua reflexão sobre o atual contexto geopolítico, que regista o maior número de conflitos violentos desde a II Guerra Mundial. Nessa altura, fará um ponto de situação sobre os compromissos alcançados na Cimeira do Futuro.

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