Dura apenas 30 segundos. Um vídeo publicado por Donald Trump na rede social Truth Social, por ele criada, lança uma questão — "O que acontece depois de Donald Trump vencer [as eleições]?” — e responde, recorrendo a um sem-número de manchetes falsas de jornais, entre “notícias” de boom económico, cortes de impostos, segurança nas fronteiras e deportação de imigrantes, que a “indústria aumentará significativamente impulsionada pela criação de um Reich unificado”.

A referência implícita ao discurso de Adolf Hitler e à unificação da Alemanha em 1871 gerou prontamente indignação, desde logo nas hostes da candidatura de Joe Biden.

O porta-voz James Singer considera que uma referência de Trump ao livro “Mein Kampf” é um tipo de comportamento “desequilibrado” e que o candidato republicano confronta a democracia com uma "visão extrema de caos, divisão e violência”.

“Trump não está a brincar; ele diz à América o que pretende fazer se recuperar o poder: governar como um ditador”, alertou também Singer à Associated Press.

Apesar de várias declarações consideradas antissemitas ao longo do tempo, nomeadamente quando descreveu manifestantes neonazis (nos violentos protestos de Charlottesville, em 2017) como “muito boas pessoas”, uma fonte da campanha de Trump já veio desmentir qualquer referência no vídeo a Hitler ou à Alemanha nazi.

Ao Politico, a mesma fonte diz que “não é um vídeo de campanha”, mas, sim, um vídeo que foi “criado por uma conta online aleatória e republicado por um funcionário [de Trump] que claramente não viu a palavra [Reich]”.