O chefe da NATO, Jens Stoltenberg, garantiu que qualquer ataque à NATO terá uma resposta “forte e unida”, depois de Donald Trump ter dito que, se for reeleito Presidente do país, irá encorajar a Rússia a atacar os países membros da aliança que não cumprem as suas obrigações financeiras.
“Qualquer indicação de que os aliados não se defenderão mutuamente compromete toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca as tropas norte-americanas e europeias em risco acrescido. Espero que, independentemente de quem ganhe as eleições presidenciais, os EUA continuem a ser um aliado forte e empenhado da NATO”, disse Stoltenberg, num comunicado citado pelo “Guardian”.
Este sábado, num comício na Carolina do Sul, Trump recordou uma conversa que terá supostamente ocorrido no passado: “Um dos presidentes de um grande país levantou-se e disse: Bem, senhor, se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, vai defender-nos?”. Ao que ex-presidente norte-americano terá respondido: "Não, não vou proteger-vos mais. Aliás, vou encorajá-los a fazerem o que quiserem. Vocês têm de pagar as dívidas". "Não pagou, é delinquente", disse Trump ao recordar o episódio.
A Casa Branca reagiu de imediato às declarações, sublinhando que “encorajar a invasão dos nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é confrangedor e insano”.
Polónia reforça lema da NATO
Mas houve mais reações às palavras de Donald Trump. Numa publicação na rede social X, o ministro da Defesa polaco, Władysław Kosiniak-Kamysz, escreveu: "O lema da NATO 'um por todos, todos por um' é um compromisso concreto". Minar a credibilidade dos países aliados significa enfraquecer toda a NATO. Nenhuma campanha eleitoral é uma desculpa para brincar com a segurança da aliança." O tratado da NATO contém uma disposição que garante a defesa mútua dos países que integram a aliança se um deles for atacado.
O comissário europeu para o mercado interno, Thierry Breton, desvalorizou os comentários, referindo que não representam nada de novo, pois o ex-presidente dos EUA já havia assumido aquela posição anteriormente. "Não podemos mudar a nossa segurança de quatro em quatro anos em função desta ou daquela eleição, nomeadamente a eleição presidencial dos EUA", afirmou, citado pelo “Guardian”.
Já Charles Michel, presidente do Conselho da União Europeia, sublinhou, na rede social X, que a NATO tem “garantido a segurança e a prosperidade de americanos, canadianos e europeus há 75 anos”. “Declarações imprudentes [como as de Trump] servem apenas os interesses de Putin. Não trazem mais segurança ou paz ao mundo.”