Internacional

Lula vai convidar Putin para cimeira do G20 mas terá de lidar com o mandado de detenção

"Putin vai ser convidado, venha ou não, ele tem um processo [no TPI], tem de avaliar as consequência", disse Lula da Silva, citado pelo jornal “O Globo”

Putin e Lula já coincidiram nas respetivas presidências anteriormente. A 22 de novembro de 2004, o russo foi recebido pelo brasileiro no Palácio do Planalto, em Brasília
EVARISTO SA / AFP / GETTY IMAGES

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, confirmou esta segunda-feira que vai convidar o homólogo russo, Vladimir Putin, para a cimeira do G20 no Rio de Janeiro, mas avisou que o seu país tem responsabilidades perante o Tribunal Penal Internacional (TPI).

"Putin vai ser convidado, venha ou não, ele tem um processo [no TPI], tem de avaliar as consequências. Não sou eu quem pode dizer isso. É uma decisão judicial e um presidente da república não julga decisões judiciais, cumprindo-as ou não", disse Lula da Silva, citado pelo jornal “O Globo”.

"Se [Putin] vier, sabe o que vai suceder. Pode acontecer ou não. Ele não faz parte desse tribunal, não é signatário, nem os Estados Unidos. O Brasil faz. Como o Brasil é signatário, o Brasil tem responsabilidades", acrescentou o Presidente brasileiro.

Em março de 2023, um ano após a invasão russa da Ucrânia, o TPI emitiu um mandado de detenção contra Vladimir Putin por crimes de guerra relacionados com a deportação forçada de crianças ucranianas.

O mandado fez com que o Presidente russo, por exemplo, não participasse presencialmente na reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que se realizou na cidade sul-africana de Joanesburgo, em agosto passado.

Em setembro, o Lula da Silva anunciou que convidaria Putin para a próxima cimeira do G20, em novembro no Rio de Janeiro, garantindo-lhe também que não seria detido, enfrentando de seguida fortes críticas sobre o desrespeito da separação entre o poder político e judicial.