Internacional

"Isto é o nosso 11 de Setembro", diz representante israelita na ONU. Homólogo palestiniano diz que Israel "não tem licença para matar"

Em declarações aos jornalistas antes da reunião do Conselho de Segurança, o representante permanente de Israel na ONU exigiu que as ações do Hamas sejam “inequivocamente” condenadas. Já o representante da Palestina, Riyad Mansour, mostrou-se preocupado com as mensagens que têm sido transmitidas por líderes e dirigentes de vários países sobre o "direito" de Israel de se defender dos ataques do Hamas

O embaixador palestiniano nas Nações Unidas, Riyad Mansour, em declarações aos jornalistas
Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images

O representante permanente de Israel na ONU, Gilad Erdan, comparou as agressões do Hamas a Israel aos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos EUA. "Isto é o 11 de Setembro em Israel", disse aos jornalistas antes da reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, marcada para este domingo. O encontro foi convocado de emergência para discutir a crise entre Israel e Gaza, motivada pelos recentes ataques do Hamas contra o território israelita.

Durante as declarações aos jornalistas, Gilad Erdan exibiu fotografias e vídeos que mostravam corpos espalhados pelas ruas e reféns a serem arrastados para veículos e levados para Gaza, e afirmou que essas imagens vão ficar para sempre gravadas na sua cabeça, segundo a BBC. Também exigiu que o Conselho de Segurança da ONU condene "inequivocamente" o Hamas.

Israel "não tem licença para matar"

Horas depois, e também em declarações aos jornalistas antes da reunião, o embaixador palestiniano nas Nações Unidas, Riyad Mansour, mostrou-se preocupado com as mensagens que têm sido transmitidas por líderes e dirigentes de vários países sobre o "direito" de Israel de se defender dos ataques do Hamas. "Com base nessas declarações, o Governo israelita pode considerar que dispõe neste momento de uma licença para matar."

Riyad Mansour falou sobre as causas do conflito e defendeu que estas devem ser abordadas para garantir a paz na região. Também disse, segundo a BBC, que o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza não destruiu as capacidades militares do Hamas, apenas causou um "sofrimento terrível" à população que ali vive.

"Os palestinianos não são sub-humanos e nunca aceitarão uma retórica que destrua a sua humanidade, rejeite os seus direitos e ignore a ocupação das suas terras e a opressão do povo."