“Tenho tanto confiança em Putin como no Ocidente”, disse há três dias Recep Tayyip Erdogan em entrevista ao canal de televisão americano PBS, numa salva que resume bem o seu sentimento. “O Parlamento turco não está pronto a ratificar a adesão da Suécia”, confirmou depois, segunda-feira, perante jornalistas e analistas políticos, em mais um volte-face. Dois meses antes confirmara, triunfante, na última cimeira da NATO em Vílnius, que a Turquia levantava o veto à adesão daquele país escandinavo à Aliança Atlântica, que tinha bloqueado durante um ano.
Frustrado com a falta de avanço na venda de aviões F16 à Turquia, e com as “manifestações de terroristas, que deambulam livremente nas ruas de Estocolmo”, o chefe de Estado turco confirmou: “O meu Parlamento não vê os últimos desenvolvimentos com agrado, e não estão dispostos a ratificar o documento”. O Parlamento turco, onde o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) de Erdogan tem maioria absoluta, reinicia trabalhos em outubro depois da pausa estival, mas o Presidente ainda não enviou o documento ao hemiciclo para ratificação.