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França: o que é que a extrema-direita tem a ver (ou não) com a proibição do uso da abaya nas escolas públicas

A proibição da abaya nas escolas “vem no seguimento de uma longa história de discriminação contra os muçulmanos franceses”, diz ao Expresso o professor de Relações Internacionais Daniel Pinéu. Também a eurodeputada Isabel Santos considera o recente anúncio do ministro da Educação francês como “um exagero” e questiona se a abaya é um símbolo religioso ou, apenas, um vestido longo que alguns “encaram como uma subversão do [uso do] véu”

Apaydin Alain/ABACA

O anúncio feito pelo ministro da Educação francês, Gabriel Attal, sobre a proibição do uso da abaya não foi inesperado. A discussão sobre a forma de vestir das alunas muçulmanas nas escolas é anterior à queda do Muro de Berlim e a recente proibição é, apenas, uma nova etapa de “uma longa história de discriminação contra os muçulmanos franceses”, diz ao Expresso Daniel Pinéu, professor de Relações Internacionais na Universidade de Amesterdão.

A eurodeputada Isabel Santos alerta para os riscos de uma decisão “musculada. Há um certo exagero na proibição, que pode gerar anticorpos e extremismo”, diz a parlamentar socialista ao Expresso.

A proibição do uso da abaya nas escolas públicas ultrapassa em muito a proibição dos símbolos religiosos, porque a abaya é “é um vestido longo que muitas mulheres usam”, lembra Isabel Santos.