O Presidente da Ucrânia anunciou esta quarta-feira ter recebido garantias de segurança que são “um sinal importante” para aproximar o país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Volodymyr Zelensky disse compreender que haja “algum receio” em falar de convite para adesão à Aliança Atlântica. “Hoje, estas garantias podem ser confirmadas pelo G7 e por outros parceiros”, afirmou Zelensky em conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no último dia da cimeira de Vílnius, na Lituânia.
Zelensky acrescentou que “há notícias positivas sobre os pacotes de apoio” prometidos pelos Estados-membros da NATO e considerou “importante que a Ucrânia já não precise de um Plano de Ação para a Adesão”, como foi decidido pelos países da Aliança Atlântica. O Presidente ucraniano reconheceu haver discordância dentro da NATO sobre a disponibilização pelos Estados Unidos de bombas de fragmentação, mas apontou que “tem de haver justiça”, já que a Rússia também as utiliza.
“Sei que há pessoas que não partilham este apoio, mas queria que olhássemos para isto de uma perspetiva de justiça. A Rússia utilizou sempre estas munições nos nossos territórios, estão a matar as nossas pessoas com elas, no nosso território que ocuparam”, sustentou Zelensky. “Não é justo que o agressor que está a ocupar o nosso território as utilize.” Promete que apenas serão utilizadas “contra militares” da Rússia em solo ocupado da Ucrânia.
Stoltenberg explicou ao Presidente ucraniano que hoje a Aliança Atlântica e a Ucrânia se encontram como parceiros, mas anseia pelo dia em que se encontrem “como aliados”. “As decisões tomadas aqui em Vílnius marcam o início de um novo capítulo na relação entre a NATO e a Ucrânia”, frisou.
Zelensky e Stoltenberg falavam momentos antes da primeira reunião do novo Conselho NATO-Ucrânia, órgão que coloca o país e os aliados em pé de igualdade, mesmo estando a Ucrânia fora da organização. Stoltenberg insistiu que só será endereçado um convite à Ucrânia para aderir à NATO “quando os aliados concordarem que as condições estão reunidas”.
O secretário-geral defende que é necessário garantir que “quando esta guerra acabar” há “compromissos credíveis” para a segurança da Ucrânia, “para que a História não se repita”. Saudou ainda o compromisso de alguns aliados em fornecer “assistência de segurança de longo prazo” à Ucrânia.