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Moldávia: na “esfera de influência” da Rússia, país mantém sonho europeu como ideal e forma de sobrevivência

País de 2,6 milhões de habitantes e um terço da superfície de Portugal, geográfica e culturalmente próximo da Roménia, a Moldávia tornou-se candidata a entrar para a UE em 2022. No mês passado mudou de Governo, por efeito da agitação que a guerra na vizinha Ucrânia tem provocado. A orientação pró-europeia mantém-se no poder político e na maioria da opinião pública, mas a ingerência russa faz-se sentir em várias esferas

Protesto contra o Governo em Quichinau, organizado pelo russófilo Partido Shor a 19 de fevereiro de 2023
ELENA COVALENCO/AFP/Getty Images

A Moldávia pode ter trocado de primeiro-ministro, mas não planeia mudar de rumo. Dorin Recean olha para o Ocidente com o mesmo entusiasmo que a sua antecessora, Natalia Gavrilita. Esta quarta-feira, na primeira viagem oficial e duas semanas após ter assumido o cargo, visitou precisamente o país que lhe é contíguo a oeste, a Roménia, onde reafirmou alianças e viu ser-lhe confirmada a solidariedade entre vizinhos.

Recean reuniu-se com o homólogo romeno, Nicolae Ciuca, e com o Presidente Klaus Iohannis. Na ementa estiveram a segurança regional, cooperação económica e energética e o apoio de Bucareste a Quichinau no processo de adesão à União Europeia, que em junho passado reconheceu o estatuto de candidato à antiga República soviética, independente desde 1991 e hoje com 2,6 milhões de cidadãos.

“Assistimos a cada vez mais tentativas de desestabilizar a República da Moldávia, criando tensões artificiais e narrativas hostis”, disse Ciuca. Promete estar ao lado de Recean “para ultrapassar as presentes crises e as pressões híbridas” que enfrenta. Na mente de ambos os governantes está a Rússia e a guerra que esta provocou na Ucrânia, com a qual Roménia e Moldávia têm fronteira, não podendo escapar ao impacto do conflito.