Internacional

Moldávia tem novo Governo: primeiro-ministro Dorin Recean mantém como meta aderir à UE

Parlamento votou favoravelmente a investidura do novo Executivo, na sequência da demissão de Natalia Gavrilita. Primeiro-ministro assegura que rumo pró-ocidental é para manter

Dorin Recean discursa perante o Parlamento da Moldávia, em Chisinau, após ter sido investido como primeiro-ministro
ELENA COVALENCO/AFP/Getty Images

O Parlamento da Moldávia aprovou esta quinta-feira a nomeação de novo Governo. O pró-ocidental Dorian Recean é o novo primeiro-ministro, na sequência da demissão de Natalia Gavrilita. Estimular a economia e conseguir a adesão à União Europeia (UE) são as principais metas do novo Executivo, escreve a agência Reuters. “Moldávia próspera, segura e europeia” é o seu mote.

Recean, antigo secretário de Estado das Tecnologias da Informação e Comunicação e, depois, ministro do Interior (2012-15, o primeiro civil nesse cargo), era agora conselheiro da Presidente Maia Sandu (que o indigitou). Obteve o voto favorável de 62 dos 101 deputados, todos do Partido da Ação e Solidariedade (liberal e europeísta), no qual milita, tal como a sua antecessora. Comunistas e direita populista votaram contra.

“Queremos viver num mundo seguro, onde os tratados internacionais sejam respeitados, onde os problemas entre países sejam resolvidos através de diálogo, onde haja respeito pelos estados pequenos”, lê-se no seu programa de Governo. O novo Executivo mantém quatro rostos do anterior, nas pastas das Finanças, Infraestruturas, Justiça e Energia.

Pequeno país entalado

A antiga República Soviética, com 2,5 milhões de habitantes, fica entalada entre a Ucrânia e a Roménia. Candidata a membro da UE, tem uma economia muito dependente do gás russo e parte do seu território está dominada por separatistas pró-Moscovo, que proclamaram a República da Transnístria, apoiada pelo Kremlin e sem reconhecimento internacional.

Garvilita apontou a ingerência russa como uma das razões da renúncia ao cargo, acusações repetidas por Sandu. O custo de vida e o influxo de refugiados ucranianos ajudaram a desestabilizar o país, que assistiu a protestos contra o Governo no ano passado.

No dia em que Recean obteve luz verde do Parlamento, as autoridades moldavas anunciaram pela quarta vez no último ano que destroços de mísseis aterraram no seu território, na sequência de ataques aéreos russos à Ucrânia.

“O novo Governo terá três prioridades: ordem e disciplina, nova vida e economia, e paz e estabilidade”, anunciou o governante, ao ser escolhido na semana passada. E define como rumo estratégico a “integração na UE”. Transparência das instituições e economia competitiva sem obstáculos estatais são objetivos que apontam aos critérios de adesão aos 27.

Formado em Economia, especializado em análise de dados e com passagem pelo sector privado, Recean foi professor universitário. É casado e tem dois filhos.