Exclusivo

Internacional

Saber quando abandonar o cargo: o “discernimento” de Jacinda Ardern no momento da saída

Figura popular na esfera internacional, apesar de ter começado a perder apoio a nível nacional — o que não a impedia de continuar a liderar as sondagens como preferida para chefe de Governo —, a primeira-ministra neozelandesa decidiu abandonar o cargo. A razão é cansaço. Que diz esta situação sobre a pressão a que os líderes políticos estão sujeitos?

JUSTIN LANE

Depois de mais de cinco anos como primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern está de saída. “Sou humana. Os políticos são humanos. Damos tudo o que temos pelo tempo que conseguimos e depois chega o momento [de sair]. E, para mim, chegou o momento”, anunciou esta quinta-feira. Ardern assegurou que a decisão não tem motivos ocultos, justificando-a com cansaço.

“Acredito que liderar um país é o trabalho mais privilegiado que alguém pode ter, mas também um dos mais desafiantes. Não se pode e não se deve assumir a menos que se tenha o tanque cheio, e mais um pouco em reserva para os desafios inesperados. Este verão esperava encontrar forma de me preparar não só para mais um ano, mas para outro mandato – porque é isso que este ano exige. Não fui capaz”, explicou.

A descrição remete para saúde mental e, apesar de Ardern não ter mencionado especificamente a palavra burnout, é essa a interpretação que está a ser dada às suas palavras.