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Internacional

A diplomacia das Arábias de Xi Jinping

A primeira Cimeira Sino-Árabe, marcada para esta sexta-feira, consagra a influência da China numa região de onde Washington recuou. Xi Jinping volta a viajar após os anos em que a pandemia o manteve em Pequim

O rei Salman da Arábia Saudita e o Presidente chinês Xi Jinping estiveram juntos em Pequim em 2017
Bandar Algaloud/Anadolu/Getty Images

António Caeiro

Como outras infraestruturas do novo Médio Oriente, o metropolitano de Meca, a cidade mais sagrada do islão, é made in China. Trata-se de uma obra da China Railway Construction Corporation Limited (CRCC), uma das maiores empresas de engenharia do mundo, presente também na Argélia, Egito, Líbia e Catar. É mais do que simbólico.

Os números são faraónicos. Pelas contas do American Enterprise Institut, só na Arabia Saudita, o investimento chinês soma cerca de 43.500 milhões de dólares (€41 mil milhões, quatro vezes mais do que as empresas chinesas investiram em Portugal) e, nos Emirados Árabes Unidos, 36.100 milhões (€34.300 milhões). Segundo estatísticas chinesas, nos primeiros nove meses deste ano, o comércio entre a China e os países árabes atingiu 319 mil milhões de dólares (€303 mil milhões), um aumento de 35,2% em relação a igual período de 2021. A China já é o maior parceiro comercial da Arábia Saudita, que se tornou, entretanto, o seu primeiro fornecedor de petróleo, à frente da Rússia e do Iraque.