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Jiang Zemin, o Presidente comunista chinês que chegou a cantar ‘O sole mio’ com Pavarotti

Reformista exuberante para alguns, tão duro quanto todos os seus pares para outros, Jiang Zemin foi um dirigente carismático. Fica associado ao regresso de Hong Kong e Macau à China e à adoção da economia de mercado pela ditadura comunista

Jiang Zemin (à direita na imagem) sorri para as câmaras ao lado do seu sucessor Xi Jinping, durante o 19.º Congresso do Partido Comunista da China, em 2017
Simon Song/South China Morning Post/Getty Images

António Caeiro

Quando Jiang Zemin assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), em junho de 1989, foi considerado uma figura transitória. A própria biografia oficial descrevia-o como “um homem modesto”.

Embora já tivesse dirigido a organização do PCC em Xangai, a maior cidade chinesa e a capital económica do país, Jiang não pertencia ao Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder, nem possuía as credenciais reformistas do seu antecessor, Zhao Ziyang, afastado após a sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen.