A 53º Celsius à sombra, com 98% de humidade e rodeado de grande solidão, apenas interrompida pelas visitas esporádicas de membros da família. Foi assim que Juan Carlos de Borbón (84 anos) passou o segundo aniversário do seu autoexílio em Abu Dhabi, conforme foi decidido face à acumulação de escândalos financeiros e investigações judiciais que obscureceram a sua figura histórica.
Para não prejudicar a Coroa, agora representada pelo seu filho Felipe VI após a sua abdicação forçada como Juan Carlos I em junho de 2014, o antigo monarca decidiu, há dois anos, afastar-se da vida pública e do escrutínio dos meios de informação, enquanto os processos pendentes eram resolvidos.
Agora, com o horizonte legal quase resolvido, o rei emérito recolheu-se a um silêncio voluntário, motivado pelas consequências indesejáveis do seu regresso a Espanha em maio passado, quando a sua breve estadia para participar numa regata em águas galegas se transformou num espetáculo televisivo. O que desagradou sobremaneira ao atual rei e ao Governo presidido por Pedro Sánchez.ãos espanhóis.