Internacional

Itália em crise: Mario Draghi anunciou no Parlamento que vai apresentar a demissão, eleições à vista

Mario Draghi confirmou que vai apresentar esta quinta-feira a demissão depois de ter perdido a maioria parlamentar que o apoiava. Presidente indicia que vai convocar eleições

FABIO FRUSTACI/EPA/Lusa

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apresentou formalmente a demissão ao chefe de Estado, após ter perdido o apoio da coligação que o apoiava. Após o encontro de hoje com Mattarella, o primeiro-ministro demissionário reuniu-se com a presidente do Senado, Elisabetta Caselati.

Draghi deve regressar ainda hoje de manhã à Câmara Baixa do Parlamento para encerrar o processo (parlamentar) iniciado na quarta-feira no Senado.

O primeiro-ministro apresentou a demissão ao presidente Sergio Mattarella hoje de manhã, de acordo com o gabinete da Presidência, que disse ter “tomado nota" da decisão de Draghi. De acordo com a Associated Press, o chefe de Estado quis saber se Draghi quer manter-se em funções até à realização das eleições.

Por outro lado, a agência Efe refere que Sergio Mattarella aceitou a demissão do primeiro-ministro, que se "mantém em funções".

De acordo com a agência de notícias espanhola, que cita um comunicado de Sergio Matarella, o chefe de Estado "tomou nota da demissão" depois de Draghi ter informado sobre o resultado do debate e votação no Senado, na quarta-feira. E anunciou que vai receber hoje os presidentes das duas câmaras do Parlamento e estudar a convocação de eleições antecipadas. Mattarella vai "receber durante a tarde no Palácio do Quirinal (Roma) os presidentes das duas câmaras, seguindo o artigo 88 da Constituição", no quadro da dissolução parlamentar que antecede a convocação de eleições, indica o chefe de Estado italiano num breve comunicado.

Anteriormente, Draghi tinha-se reunido com Mattarella para apresentar a demissão assim que os três parceiros do governo de coligação - os conservadores do Forza Italia de Sílvio Berlusconi, a Liga (extrema-direita) de Matteo Salvini e o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) de Giuseppe Conte - lhe retiraram o apoio durante a moção que foi apresentada no Senado.

Neste momento, os próximos passos ainda não foram definidos mas o presidente italiano pode vir a dissolver o Parlamento após consultas abrindo caminho a eleições antecipadas que, de acordo com a imprensa italiana, podem vir a realizar-se em setembro ou outubro.

A atual legistalura devia terminar em 2023. Após o encontro de hoje com Mattarella, o primeiro-ministro demissionário reuniu-se com a presidente do Senado, Elisabetta Caselati.

Draghi deve regressar ainda hoje de manhã à Câmara Baixa do Parlamento para encerrar o processo iniciado na quarta-feira no Senado.