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Iémen: a trégua que poupou vidas e uma realidade em que o fim do conflito “não significaria o fim do sofrimento”

Após mais de sete anos de guerra no Iémen, a trégua que começou em abril permitiu poupar vidas e facilitar o apoio humanitário. Mas a situação é frágil, com conflitos não militares a emergirem e dificuldades para um acordo de paz permanente. Especialistas ouvidas pelo Expresso falam sobre a possibilidade de divisão do país em duas partes e uma guerra que “não correu como planeado”

Campo de refugiados no Iémen Foto: Getty Images

Quanto tempo vai dura uma guerra? No Iémen, a resposta já ultrapassa os sete anos. Sete anos marcados também por pobreza extrema, surtos de cólera e malnutrição infantil. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, entre as pessoas deslocadas, 84% das famílias não conseguem assegurar as necessidades alimentares diárias.

A guerra civil do Iémen começou em 2014, quando os huthis, apoiados pelo Irão, assumiram o controlo de partes do território, incluindo da capital. O conflito escalou no ano seguinte, face à intervenção da Arábia Saudita e aliados para restaurar o Governo do Presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi.

Em abril começou uma trégua de dois meses, durante a qual Hadi cedeu poder a um conselho presidencial. A trégua veio a ser renovada e o enviado especial das Nações Unidas (ONU), Hans Grundberg, disse este mês que se registou “uma redução geral nos combates”, mas foram reportadas alegadas violações à trégua por ambas as partes dentro do Iémen.