Internacional

Tensão na Ucrânia: NATO pode usar seis unidades portuguesas

As forças atribuídas por Portugal à força de reação rápida da NATO, criada na última crise ucraniana, podem ser acionadas se a aliança o solicitar, com uma “prontidão de até sete dias”

As Forças Armadas portuguesas têm seis unidades atribuídas à NATO Response Force (NRF), sob o comando do Supreme Allied Commander Europe (SACEUR), que consiste numa “força conjunta multinacional de elevada prontidão capaz de assegurar uma resposta militar rápida a uma crise emergente”, explica ao Expresso fonte oficial do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA). Embora o gabinete do almirante Silva Ribeiro não especifique quais os meios que podem ser mobilizados em caso de ataque da Rússia à Ucrânia, admite que os meios que estão debaixo deste chapéu “podem ser empregues pela NATO, em caso de ativação da NRF, na sua totalidade ou parcialmente, em função da missão a realizar”.

Esta estrutura contempla a Very High Readiness Joint Task Force (VJTF), com “uma prontidão de até sete dias”, criada em 2014 para dar resposta a crises no Médio Oriente e “à agressão da Rússia contra à Ucrânia”, segundo o site da NATO. De acordo com a Aliança Atlântica, esta força está “permanentemente disponível para ser destacada em poucos dias para defender qualquer aliado”, sendo a força “com mais alto nível de prontidão”.

Uma informação da NATO de 29 de dezembro diz que a uma brigada internacional mista franco-germânica se juntariam “outros países como Espanha, Portugal e Polónia”. De acordo com a resposta do EMGFA, no âmbito dos “compromissos internacionais assumidos com a NATO, em 2022 Portugal tem atribuídos à VJTF os seguintes meios”: uma fragata (195 militares), seis caças F-16M (140 militares), um avião de luta antissubmarina P-3C Cup+ (82 militares), um batalhão mecanizado (159 viaturas táticas/609 militares), um destacamento de mergulhadores (12 militares), e uma unidade de cooperação civil-militar (três viaturas táticas/11 militares).

A NATO já pediu a Portugal para acelerar o aprontamento de meios caso seja necessário algum tipo de intervenção na eventualidade de uma crise, como o Expresso noticiou a semana passada, sobretudo aéreos e navais. A estes meios disponibilizados à VJTF, poderá juntar-se um submarino – se houver uma decisão nesse sentido -, uma vez que outros países já contribuíram com fragatas.