Que forças mantêm uma democracia liberal? Que forças a podem destruir? Estas eram algumas das questões na minha mente este ano enquanto ouvia o ministro francês da Educação, Jean-Michel Blanquer, defender uma proposta que tinha sido apresentada à nação. O cenário era grandioso: o Senado francês, uma câmara tão elegante como um teatro de ópera. A lei que defendia era igualmente grandiosa, pelo menos no nome: Princípios da República e a Luta contra o Separatismo. Blanquer falava sob o olhar de mármore de Jean-Baptiste Colbert, o arquiteto da França moderna inicial, visível numa alcova alta por trás dele. Os caracóis de Colbert davam-lhe pelo joelho, num contraste com a coroa polida de Blanquer.
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