A presidente da câmara da Cidade do México anunciou este domingo que a estátua de Cristóvão Colombo vai ser movida da rotunda do Paseo de la Reforma, uma das principais avenidas da capital. O lugar passará a ser ocupado por uma estátua de uma mulher Olmeca, civilização que existiu no território mexicano entre 1200 e 400 a.C.
O anúncio foi feito no Dia Internacional da Mulher Indígena (5 de setembro). A autarca defende que a relocalização da estátua não quer "apagar a história", mas é antes uma tentativa de fazer "justiça social" quanto ao papel histórico da mulher no México.
"Claro que reconhecemos Cristóvão Colombo, mas existem duas visões", afirmou Claudia Sheinbaum, citada pela Reuters. A presidente da câmara contrasta a visão europeia da "descoberta da América", que não tem em conta que já existiam civilizações nesta região há vários séculos. "E existe a outra visão, a de quem está deste lado, em que na realidade um europeu chegou à América, fazendo um encontro entre dois lugares, e depois veio a conquista (espanhola)."
A estátua de bronze do século XIX, juntamente com as estátuas de quatro frades católicos que estavam na mesma instalação, tinha sido retirada para restauração em outubro do ano passado, antecipando o protesto anual relativo ao Dia de Colombo. O México não celebra este data, dedicando antes o dia à celebração das cultura indígenas.
Na altura, as autoridades locais afirmaram ser tempo de refletir sobre o legado do navegador europeu, levando os média locais a especular sobre o não retorno da obra ao seu lugar original. Agora, Claudia Sheinbaum informou que a estátua não será "escondida", mas levada para um lugar "digno".
Cristóvão Colombo é o navegador europeu creditado como o primeiro europeu a chegar à América no final do século XV, ao serviço da coroa espanhola, depois dos reis portugueses terem recusado apoiar a sua ambição de chegar à Índia partindo pelo Atlântico. Terá nascido em Génova, Itália, embora alguns estudos recentes sugiram que possa ter nascido em Portugal.
Várias estátuas de Colombo têm sido removidas nos EUA na sequência dos protesto do Black Lives Matter. O navegador é visto por uma parte da população como um símbolo da opressão e colonialismo, que a sua chegada ao território iniciou.