Baralhar e voltar a dar. Como numa partida de cartas, as eleições regionais e departamentais, cuja segunda volta se disputa no domingo, baralharam o jogo político francês, a menos de um ano das presidenciais de abril de 2022. A primeira volta foi um desaire para o partido A República em Marcha (LREM, liberal), do Presidente Emmanuel Macron, apesar do envolvimento de ministros na campanha. O Ajuntamento Nacional (RN, extrema-direita), de Marine Le Pen, ficou muito abaixo do que anunciavam as sondagens. Assim renascem Os Republicanos (LR), a clássica direita gaullista.
Se não se dividirem, como sucedeu no passado com frequência, o LR poderá apresentar às presidenciais um ou dois candidatos credíveis, designadamente o “independente” Xavier Bertrand, que, com o apoio deste partido, venceu confortavelmente a primeira volta na região nortenha de Hauts-de-France (41%). Antigo ministro da direita, esmagou o LREM, que enviou para a região nada menos do que cinco membros do Governo, para tentar travar a sua ascensão.