Internacional

Presidente da Nigéria não gostou de ter tweet removido e o governo suspendeu a rede social

Um post do presidente nigeriano foi removido, na quarta-feira, quando Muhammadu Buhari foi acusado de violar as regras de utilização da rede social, tudo por ter partilhado uma mensagem em que ameaçou punir “jovens” que se “comportam mal” e que alegadamente pertencem a um grupo separatista. A retaliação chegou dois dias depois: o governo da Nigéria anunciou a suspensão da rede social naquele país por tempo indeterminado

Donald Trump e Muhammadu Buhari. No mesmo dia em que o primeiro foi suspenso por dois anos do Facebook, o segundo suspendeu o Twitter por tempo indeterminado
Chip Somodevilla / Getty Images

O que há em comum entre Donald Trump e Muhammadu Buhari, juntos na fotografia acima? O primeiro foi presidente dos Estados Unidos, o segundo ocupa esse cargo na Nigéria desde 2015. Os dois foram acusados de violarem as regras de utilização das redes sociais. Mais: no mesmo dia em que o norte-americano ficou a saber que está suspenso do Facebook durante, pelo menos, dois anos, o nigeriano não gostou de ver um um tweet ser-lhe removido e decidiu suspender o Twitter por tempo indeterminado.

O Twitter removeu, esta quarta-feira, uma mensagem do presidente nigeriano, na qual Muhammadu Buhari ameaçava “jovens” que se “comportam mal” — alegadamente pertencentes a um grupo separatista ativo no sudeste do país —, acusando-os de não “terem consciência da destruição e perda de vidas registadas na guerra civil”, garantindo tratá-los “com a linguagem que entendem”.

O post acabou por ser removido por violar as regras de utilização. A retaliação demorou dois dias para chegar: o governo da Nigéria anunciou esta sexta-feira a suspensão da rede social naquele país.

"O governo federal suspendeu, por tempo indeterminado, as atividades do serviço de microblog e rede social Twitter na Nigéria", comunicou o ministro da Informação, Lai Mohammed que justifica a decisão com o “uso persistente da plataforma para atividades que visam minar a integridade da Nigéria”. Em comunicado, o Twitter já reagiu à suspensão que considera “profundamente preocupante.

Algo que já não tinha agradado ao executivo nigeriano foi quando, no ano passado, Jack Dorsey, diretor-executivo do Twitter, apelou à doação de bitcoins para apoiar as manifestações contra a violência policial instalada na Nigéria.

“A missão do Twitter na Nigéria, depois destes dois exemplos, é altamente suspeita. Qual é a sua agenda?”, questiona o ministro da Informação.

A crispação entre as duas partes tinha também escalado quando, em abril, o Twitter escolheu o Gana, país vizinho da Nigéria, para abrir o primeiro escritório da empresa no continente africano, algo que já tinha deixado Lai Mohammed bastante desagradado.