"A UE considerará as consequências desta ação, incluindo a adoção de medidas contra os responsáveis, disse hoje o alto representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, numa declaração em que pediu também a "libertação imediata" do jornalista e opositor Roman Protasevich.
"Ao levar a cabo este ato coercivo, as autoridades bielorrussas puseram em risco a segurança dos passageiros e da tripulação. Deve levar-se a cabo uma investigação internacional sobre este incidente para determinar qualquer incumprimento das normas de aviação internacional", disse Borrell.
Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, considerou no domingo que o desvio do avião é "um incidente sério e perigoso que requer investigação internacional".
A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) manifestou na rede social Twitter a sua "profunda preocupação pela aterragem aparentemente forçada" do avião, algo que poderá violar as normas da Convenção de Chicago.
Para a UE "esta é outra tentativa flagrante das autoridades bielorrussas de silenciar todas as vozes da oposição".
Desde o início dos protestos na antiga república soviética, em agosto, centenas de jornalistas foram detidos e quase 20 estão ainda presos.
O país foi considerado o lugar mais perigoso da Europa para a imprensa pelos Repórteres sem Fronteiras.
As autoridades bielorrussas detiveram o jornalista Roman Protasevich no domingo, depois de o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ter ordenado que o voo da companhia aérea Ryanair de Atenas para Vilnius, capital da Lituânia, fosse desviado para o aeroporto de Minsk.
O incidente foi acrescentado à agenda da reunião extraordinária antes convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para 25 de maio inicialmente para falar de covid-19, Rússia e das alterações climáticas.
A reunião foi depois ampliada para dia 24 e aos temas foi acrescentada a aplicação dos acordos com o Reino Unido.
À agenda da reunião já tinha sido acrescentado o conflito no Médio Oriente e o tema das migrações após a crise da semana passada em Ceuta, onde mais de 8.000 migrantes entraram ilegalmente.