Em Tigers Bay, enclave unionista no Norte de Belfast, uma dezena de adolescentes de cara tapada marcha com violência em direção à North Queen Street, estreita avenida que liga o bairro, onde predominam protestantes da classe operária, ao centro da cidade. A meia dúzia de metros posiciona-se uma coluna de agentes da polícia, equipados de escudo e capacete e acompanhados por um exaltado par de cães e uma mão-cheia de veículos blindados, que, de sirenes ligadas, emitem frenéticos raios de luz azul. Adivinha-se mais uma noite de distúrbios na capital da Irlanda do Norte.
Como num jogo do gato e do rato, os jovens vão provocando as forças de segurança com insultos e projéteis. Entre pedras, cocktails molotov, contentores do lixo a arder e até um carro envolto em chamas, a linha policial recua e avança com cautela, num bailado coreografado para garantir que os atacantes não avancem rumo a New Lodge, bairro vizinho de maioria republicana e católica.