"Não há um fim previsto" para o fim das tentativas para que haja um acordo comercial negociado e que possa vigorar a partir de 1 de janeiro próximo, garantiu o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.
As pescas -- nomeadamente os termos em que os navios pesqueiros da União Europeia (UE) poderão ter acesso a águas britânicas -- são o grande obstáculo que prevalece nas negociações, que foram retomadas esta sexta-feira de manhã.
O negociador chefe da União Europeia (UE) para o 'Brexit', Michel Barnier, alertou, num debate no Parlamento Europeu (PE), que restam "apenas algumas horas" para Bruxelas e Londres chegarem a um acordo sobre as futuras relações comerciais.
"Chegou o momento da verdade. Temos muito pouco tempo, algumas horas úteis nestas negociações, se quisermos que este acordo entre em vigor em 1 de janeiro", disse aos eurodeputados.
"No momento em que estamos a falar, muito sinceramente, (...) não posso dizer-vos qual será o resultado desta etapa final da negociação. É por isso que temos de estar prontos para todos os cenários", acrescentou Michel Barnier.
Os eurodeputados deverão votar ainda esta sexta-feira uma série de medidas de contingência para o caso de as negociações falharem, depois de a conferência de presidentes do PE ter fixado o próximo domingo, dia 20, como o prazo limite para se chegar a um acordo, de modo a conseguir organizar uma sessão plenária extraordinária no final do mês para votar o texto.
Se falharem os esforços para um acordo sobre as futuras relações comerciais entre a UE e o Reino Unido, a partir de 1 de janeiro entram em vigor as regras da Organização Mundial do Comércio, nomeadamente a imposição de taxas alfandegárias.
O Reino Unido abandonou a UE em 31 de janeiro, mas até final do ano aplica-se um período de transição.